sábado, 14 de novembro de 2009

PORMENORES
















Todos os anos, em Novembro, antes da chegada do dia 16, faço questão de repetir um ritual (desde que tenho casa), em que pormenores, tornam a minha habitação em algo mais apropriado, a que gosto de chamar lar.
Diria que esta situação por mim vivida, ano após ano, não tem explicação, pois o espírito que se apropria de mim não foi algo que me fosse transmitido ou adquirido, de forma consciente.
Assim, nestes dias, surgem em minha casa árvores de Natal, Pais Natais, de diversos tamanhos e feitios, Pinheiros cantantes, Máquinas de neve, Velas, Presépios, luzes e demais artigos relacionados com a época Natalícia, que a maioria das pessoas associa a Dezembro.
Para mim, Dezembro é Novembro e divirto-me sempre bastante ao ver a cara de espanto que os meus vizinhos fazem ao ver dois Pais Natais, pendurados na fachada do prédio onde habito, procurando entrar por uma das janelas de minha casa, tentando desesperadamente explicar aos mais pequenos, que por ali passam, que também eles irão pendurar os seus Pais Natais, mas só lá para Dezembro. É bastante divertido observar a impaciência dos pais a explicar aos filhos que ainda é muito cedo para festejar o Natal, o que eles contestam perante as evidências dos meus queridos Pais Natais.
Assim torna-se um mês mágico (Dezembro) em dois ou três, pois a forma e a intensidade com que eu os desfruto, é algo único.
A palavra 'natal' do português já foi 'nātālis' no latim, derivada do verbo 'nāscor' (nāsceris, nāscī, nātus sum) que tem sentido de nascer. Assim, neste sentido, o meu Natal, começou a ser efectivamente vivido acerca de 17 anos, altura em que a minha filha nasceu e este facto foi sem dúvida o despertar da minha consciência para a importância do acto nascer. Tenho recordações únicas, desde expressões faciais a sorrisos perfeitos, relacionados com esta época e a maior recompensa que recebei num Natal, foi quando numa noite mágica, (aí sim de Dezembro) o Pai Natal após ter invadido a minha casa, pois as marcas das suas botas, ficaram gravadas na alcatifa da sala, escapou-se por uma janela, para não ser surpreendido pela minha filha e na sua retirada estratégica deixou cair o barrete, que logo se alojou na cabecita da pequena Carla e só daí saiu à hora de deitar. O brilho, no seu olhar inocente, foi algo inesquecível e assim se transformou uma noite de Dezembro, em algo mágico e eterno.

3 comentários:

Anónimo disse...

Bem vi (e senti) o brilho dos teus olhos a contar esse episódio das marcas do Pai Natal para a Carla. A magia. A beleza. E porque o Natal é quando um homem quiser, acho muito bem que te sintas assim e que enchas o teu cantinho do que te enche a tu por dentro. :)

Joao Mouteira disse...

Isabel: surpresa? humm!!! Ah, é isso...( tu percebes)

Anónimo disse...

xD só tu... se não fosse a Maria... e depois ainda me dizes que tomas pastilhas... =P ai o Pedro e o Lobo... ;*