Hoje e depois
de nos últimos dias termos assistido a sismos políticos com a eleição do Trampa
nos EUA , a pretensos debates de entregas de declarações de rendimentos por
parte dos gestores da CGD, passando pela
detenção do lobo que se faz passar por cordeiro, alimentado a bolotas, eis que finalmente surgiu uma boa notícia: OS
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS VÃO TER A POSSIBILIDADE DE CONTINUAR A TRBALHAR PARA ALÉM
DOS 70 ANOS DE IDADE, CASO ASSIM O QUEIRAM e assim de imediato surgiu a luz…
Então tive uma
visão e eis que já me encontrava com 75 anos de idade e ao entrar de serviço,
foi-me determinado para ir patrulhar a rua de Cedofeita, mais concretamente para
estar atento aos ilícitos criminais praticados naquela artéria, na zona
pedonal, onde o prezado cidadão tem o direito de circular em segurança, segundo
nobres palavras do graduado de serviço, que por acaso só tem 30 anos de idade. Assim
a visão estendeu-se à artéria em questão e foi bonito de se ver: eu, caminhava,
já com alguma lentidão e o peso da pistola ia-me causando dor na zona da anca,
que se refletia num ligeiro coxear, que disfarçava o melhor que podia, mas
havia grandes compensações e então aquele jovem cidadão, que em tempos me cospia
para mostrar o seu desdém pela figura de autoridade, agora ao passar por mim,
desviava-se e até esboçava um sorriso como se adivinhasse o incómodo que a
pistola me causava, na anca, como já havia referido; Também aquele doutor, que
tantas vezes me havia encontrado à sua porta, ligeiramente recolhido, sobre o
manto da noite, que ao entrar no seu imóvel batia com a porta, fortemente,
dando clara mensagem que ali não era sítio para polícia se abrigar da chuva,
pois até eram os seus descontos que pagavam o meu salário, agora sorria, abria
a porta e até me questionava se não quereria tomar um chá para me aquecer, já
que as manhãs vão frias. Também os comandantes já me tratavam pelo nome e
aquele miserável número que me perseguiu por toda uma carreira e que me havia
roubado o nome era agora apagado,
ficando eu assim novamente a ter nome. Já o cidadão que eu havia autuado, em
tempos idos, por estar estacionado na passagem de peões, para poder ir tomar o
seu café e que havia ficado indignado com o meu zelo profissional, agora saía a
correr do café, ainda com a chávena na mão e em viva voz gritava: aguarde,
aguarde senhor agente que eu vou tirar o caro para o senhor atravessar, não vá
se aleijar. Também o petiz, aquele que ainda mal fala, já me cumprimenta e até
um abraço me dá, pois a senhora sua mãe já não diz que o polícia o vai levar se
não comer a sopa, agora diz olha o polícia tão velhinho a querer ajudar, vês. Agora
sim, foi a altura de eu poder dizer AH COMO É BOM SER POLÍCIA E TER NOME E
SABER QUE O CIDADÃO GOSTA DE NÓS .AGORA SOU FELIZ.