segunda-feira, 3 de março de 2014

DIAS CINZENTOS


Por vezes, encontrámos nos olhos de um estranho, a negrura do dia.
Os olhos… esses, que imitam o céu, no escurecer progressivo da alma, pelo derrame de lágrimas, que em vez de gotas límpidas, são pedaços escuros de dor.
Dores, que se partilham e se entranham em nós, que se agarram à esperança do azul, que a farda transporta, mas que o destino enegrece, por uma porta que se abre e por um corpo sem vida, que nos espera, cansado...da vida, da dor.
A morte de um filho… recusada por uma mãe, que no cinzento do dia, enegrece o rosto que se me apresenta, sem forma, sem expressões de vida...rasgado,por lágrimas, que dos olhos brotam sem fim.
Tarde, tarde de mais…um simples telefonema e a o negro abate-se no dia carregado de dor ,que de repente se manifesta em palavras: talvez estivesse zangada com Deus, como eu…
São mortes, que tiram o sono, a quem o tempo não roubou o sentido da vida, pelo azul de uma farda.


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