segunda-feira, 30 de novembro de 2009

MEDO(S)…


Tenho medo de Olhar e não Ver

Tenho medo de Falar e não ter quem me Ouça

Tenho medo de estar no meio da Multidão e sentir- me

Tenho medo de Envelhecer e não ter Saúde

Tenho medo de me Deitar e não mais Acordar

Tenho medo de Viver sem Sonhar

Tenho medo de Morrer sem Ser…

O “crime” DO PADRE RUI


Na freguesia de Carvalho, em Terras de Basto, nos tempos que correm, houve um Homem, que por AMOR ao próximo, se tornou padre. Esse mesmo Homem, por AMOR, teve que abdicar desse ideal e vocação, para poder exprimir outro tipo de AMOR, que dele se apoderou.
Houve quem o criticasse e também quem o compreendesse, mas afinal será que esses amores, são incompatíveis? Será que um homem, que tem por vocação, o servir, não pode ter sentimentos para com alguém? Será que para se ser um bom padre, é necessário o celibato?
Não me parece que um padre, exerça melhor o seu ofício, só porque optou pelo celibato.
Será justo um homem ter que reprimir o que sente, para poder servir o seu próximo?
Também não creio.
Parece-me assim, que mais uma vez os intérpretes dos bons usos e costumes, deixaram que um padre competente tenha que renunciar à sua vocação, só porque um dia AMOU…
AMAR, será a máxima divisa que um padre poderá almejar, quer seja a servir o seu semelhante, quer seja a assumir sentimentos para com ele.
Por alguma razão se diz que o AMOR é que faz mover o mundo e assim sendo espero que o “padre” RUI, continue a amar e a ser amado.
Para os intérpretes da vida: (RUI e Fátima):
O AMOR…não nos envergonha, faz-nos sentir vivos e a caminhar na estrada da verdade.


terça-feira, 24 de novembro de 2009

O AUTOCARRO


Hoje, constatei a veracidade de algo que vem sendo manchete nos jornais e similares.

Tem-se dito por aí que o povo Português anda triste, que algo se abateu sobre o quotidiano das pessoas, que as levam a andar com cara de pouco amigos.

Assim, entrei no autocarro e no percurso bem curto entre a Constituição e a Boavista, verifiquei que no interior deste, encontravam-se nem mais nem menos do que 14 pessoas, umas bastante novas, outras mais vividas e ainda outras com vasta experiência, nesta caminhada da vida. Olhando atentamente constatei que todos, excluindo a minha pessoa, tinham um ar sisudo, rostos marcados pelo ar carrancudo e sorrisos ou esboços destes, nem vê-los. Assim disse cá para os meus fechos (pois botões não havia):” Realmente as pessoas perderam a capacidade de sorrir…”.De repente e quando me encontrava a fazer conjecturas para justificar este mistério, entra no autocarro uma senhora, na casa dos seus 40 anos, bem tratados ou vividos, com uma saia preta, de proporções generosas, com uma garrida camisola de lã, com um decote em V, que a favorecia indiscutivelmente e com umas meias com mil e um rendilhados. Então surgiu a luz ao fundo do túnel, ou melhor ao fundo da Rua Nossa Senhora de Fátima, três cavalheiros, que se encontravam mesmo à minha frente, na casa dos …enta, gentilmente arredaram-se do caminho da referida senhora e todos em sintonia exibiram o seu sorriso, tendo eu então o privilégio de ser bafejado com uma piscadela de olho, por parte de um destes cavalheiros, que manifestamente ficou encantado com a presença feminina.

Logo a minha teoria foi por água abaixo e afinal os portugueses (pelo menos os homens, na casa dos …enta) ainda conseguem sorrir, nem que seja à custa de umas meias fora do comum…abençoada senhora.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

PRIMEIRO PASSO…


O dia 14 de Novembro, deste ano, que se prepara para findar, trouxe-me um momento verdadeiramente especial. Foi o dia em que fui prestar provas da minha aprendizagem, até à data, para ver se passava a ter a graduação de 8º Kyu, na modalidade de Karaté, da qual sou aprendiz, como diz a minha boa amiga Isabel.
Assim, foi engraçado ter vivido a sensação pelo qual passam todos os aprendizes, visto que já conhecia o lado de cá da barricada, enquanto observador de tais exames.
O melhor, é que após ter superado um nervoso miudinho, que se entranha, vai lá saber-se porquê, superei o que se exige aos aprendizes do meu nível, passando assim a ser mais um aprendiz do 8º Kyu.
Importante mesmo, foi a presença de alguns amigos, que fizeram questão de prestar o seu apoio e de mostrar que realmente são pessoas que dizem presente, em momentos especiais. Foi também gratificante verificar que agora se deu uma inversão de papeis no que toca à relação pai/filha, pois se até aqui era eu quem tinha por missão registar para a posterioridade todos os momentos da Carla, agora coube-lhe a ela estar nessa posição, o que não deixa de ser curioso.
Assim, foi dado o primeiro passo, no que espero que seja uma longa caminhada, especialmente no que toca ao reforço de laços de amizade, companheirismo e partilha.
Já agora, este novo cinto é sem dúvida um pouco de todos vós (companheiros de treino), que passo a envergar, pelo muito que me têm ensinado e pela constante disponibilidade com que me incentivam a melhorar.

sábado, 14 de novembro de 2009

SEGREDOS


Poucos, muitos, alguns…
Todos os temos, mais ou menos, escondidos no nosso livro da vida.
Alguns pesados, como pedras e outros leves, como o vento.
Segredos de horas, de vidas, de segundos, que desvendados nos tornariam diferentes aos olhos de quem nos vê.
Mais fortes, mais fracos, menos puros, mais humanos…
Segredos…são cicatrizes escondidas, de cada um…envergonhadas do dia, que podem ser transformadas em feridas abertas, se descobertas, por quem de tanto se escondem.
Segredos…gritos da consciência, abafados pela ausência de voz que os reporte ao mundo.
Segredos…tudo começa num silêncio…

PORMENORES
















Todos os anos, em Novembro, antes da chegada do dia 16, faço questão de repetir um ritual (desde que tenho casa), em que pormenores, tornam a minha habitação em algo mais apropriado, a que gosto de chamar lar.
Diria que esta situação por mim vivida, ano após ano, não tem explicação, pois o espírito que se apropria de mim não foi algo que me fosse transmitido ou adquirido, de forma consciente.
Assim, nestes dias, surgem em minha casa árvores de Natal, Pais Natais, de diversos tamanhos e feitios, Pinheiros cantantes, Máquinas de neve, Velas, Presépios, luzes e demais artigos relacionados com a época Natalícia, que a maioria das pessoas associa a Dezembro.
Para mim, Dezembro é Novembro e divirto-me sempre bastante ao ver a cara de espanto que os meus vizinhos fazem ao ver dois Pais Natais, pendurados na fachada do prédio onde habito, procurando entrar por uma das janelas de minha casa, tentando desesperadamente explicar aos mais pequenos, que por ali passam, que também eles irão pendurar os seus Pais Natais, mas só lá para Dezembro. É bastante divertido observar a impaciência dos pais a explicar aos filhos que ainda é muito cedo para festejar o Natal, o que eles contestam perante as evidências dos meus queridos Pais Natais.
Assim torna-se um mês mágico (Dezembro) em dois ou três, pois a forma e a intensidade com que eu os desfruto, é algo único.
A palavra 'natal' do português já foi 'nātālis' no latim, derivada do verbo 'nāscor' (nāsceris, nāscī, nātus sum) que tem sentido de nascer. Assim, neste sentido, o meu Natal, começou a ser efectivamente vivido acerca de 17 anos, altura em que a minha filha nasceu e este facto foi sem dúvida o despertar da minha consciência para a importância do acto nascer. Tenho recordações únicas, desde expressões faciais a sorrisos perfeitos, relacionados com esta época e a maior recompensa que recebei num Natal, foi quando numa noite mágica, (aí sim de Dezembro) o Pai Natal após ter invadido a minha casa, pois as marcas das suas botas, ficaram gravadas na alcatifa da sala, escapou-se por uma janela, para não ser surpreendido pela minha filha e na sua retirada estratégica deixou cair o barrete, que logo se alojou na cabecita da pequena Carla e só daí saiu à hora de deitar. O brilho, no seu olhar inocente, foi algo inesquecível e assim se transformou uma noite de Dezembro, em algo mágico e eterno.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

MEMÓRIAS


São 4.53 da manhã, numa madrugada cinzenta, varrida pelo som de músicas antigas, que me embrenha no passado.
Noites passadas ao som das mesmas músicas, com histórias diferentes, pessoas ausentes e sentidos perdidos.
Sentimentos marcados por olhares intensos, vividos sem horas, sem culpas ou perdão.
Sombras passadas, na Lua presente, abraçam o meu pensamento e sussurram saudade.
Perdido no tempo, num sonho, esqueço sentidos, vozes, promessas…
Acordo… Sirene que geme, auxílio que grita…sonhos que voam…

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

NOVOS OLHARES


EXPERIMENTEM estar um dia, apenas 24 horas, sem ouvir qualquer tipo de música

Experimentem estar um dia, sem falar para ninguém

Experimentem estar um dia, sem ver a claridade do dia

Experimentem estar um dia, sem receber e dar afectos

Experimentem estar um dia, vestidos com uma única peça de roupa

Experimentem …

No dia seguinte, experimentem ouvir a música, “Time To Say Goodbye”-Andrea Bocelli & Sarah Brightman

Experimentem conversar, com alguém que valha a pena

Experimentem, observar uma árvore a baloiçar, ao ritmo do vento

Experimentem beijar alguém, com paixão

Experimentem vestir uma roupa, que vos agrade

E depois constatem em como somos uns felizardos, por desfrutar de coisas tão simples.

Agora Imaginem que nasceram num dos dez Países mais pobres do mundo

e reparem como não era possível dizer EXPERIMENTEM…

Os vossos olhos, depois de abrirem, irão ver outro mundo…